Dos dias mornos a quente...

Na bagunça do meu quarto, refletida a bagunça do meu coração.
E aqueles pensamentos bons amanheceram na minha janela. Pareciam passarinhos coloridos, esperando o sol chegar. Não os deixei entrar.  Eram coloridos demais para ser verdade. Abracei uma almofada e tentei dormir de novo. Você chegou pela porta secreta de novos e outros pensamentos...
Abrir mão, deixar de lado, ignorar, ser ignorada (e na solidão tudo é mais difícil).
Recomeçar. Por onde, se a possibilidade de chuva me faz de novo florir, exibida, invasiva?
Finjo que não sou aquela, ali, deitada, entregue à preguiça da manhã. Recordo instantes e depois os mando embora. Nus.
Sorvi deles tudo o que pude. Até a superfície. Até o que os disfarçava, vestindo estrelas.
Pisando devagar, me despi de mim, outra vez para me doar a quem merece.
Como quem fuma um último cigarro, sorvi até o último instante seu.
Vesti a roupa e saí, ser alguém por aí. Não eu.
Nem dor nem tristeza.  Até felicidade, não.

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