Uma fada em minha vida

Certas pessoas entram em nossa vida sem bater na porta…simplesmente, entram, sentindo-se donos de nosso espaço, de nossa alma, de nosso coração...e "sem querer" deixamos, permitimos, nos entregamos e oferecemos tudo e mais...mais do que podemos, mais do que somos, mais de que deveríamos, mas sempre aquilo, exatamente aquilo que queremos. 

Seu perfume é intenso, sua marca é profunda, mas raras vezes permanecem.

Certas pessoas entram em nossa vida de mansinho.

Têm um perfume suave como o cheiro de lavanda, que vai se espalhando em nossa alma, bem devagar.

Silenciosas, calmas, quase imperceptíveis, vão chegando, entrando um pouquinho a cada dia, até que nos damos conta de que a nossa vida não seria a mesma sem elas.

Eu conheci uma pessoa assim: doce, como se deve ser. 

Suave, serena e mansa.

Eu observava Jacqueline e imaginava que terapia a mantinha naquele estado de constante sorriso e leveza de alma.

Mais tarde eu descobri quantas histórias de luta e força ela já tinha enfrentado, o quão intensas  foram as tempestades pelas quais passou e como brilhantemente as contornou, com o apoio da sua fé e da sua persistência.

Descobrir esses aspectos da sua vida e da sua personalidade fez com que aumentasse ainda mais a minha admiração por ela.

Entrou em minha loja ( e em minha vida ) como uma cliente querida, muito bem indicada por outro dos meus clientes mais queridos – seu pai, o Senhor Roald.

Professora, mulher inteligentíssima, viajou muito, fala diversos idiomas.

Sua imagem lembra qualquer coisa etérea – uma anjo ou uma fada.

Seus grandes olhos castanhos são verdadeiros, transparentes, e aos poucos eu pude perceber sua alma refletida em seu olhar.

De uma elegância única, nos gestos, na linguagem, no comportamento, ela ganhou seu  espaço exato em minha vida – direto no cantinho mais profundo de minha alma.

É daquelas que me faz pensar assim: – Fica pra sempre, por perto? Não sai daqui, não...

Jacqueline valoriza o que é belo, o que é sincero, o que é verdadeiro. 
Percebe-se claramente que é uma canceriana que gosta de gente, como eu.

Ela  "exala" verdade, e por isso inspira confiança e segurança.

De voz suave e aparência frágil (pequena e magra), possui uma força inacreditável que a impulsiona à luta e ao constante aperfeiçoamento profissional, pessoal e espiritual.

Isso a transforma em uma gigante, aos meus olhos.

Jamais esquecerei o quanto me ajudou em silêncio e sem alarde, quando precisei.

Usando palavras doces e atitudes perfeitas, ela me deu colo, sutil e delicadamente.

Jamais esquecerei que quando precisei, recebi dessa fadinha canceriana o apoio mais inesperado e desprendido.  

Ela é das palavras, mas também da ação.

Hoje, quando ela chega, me enche a alma de alegria.

Queria poder expressar de alguma forma a minha gratidão... no momento, agradeço escrevendo, para que "todo o mundo" saiba o quanto essa "fada real" é especial.

É uma pessoa que me conhece apenas no olhar.

Muitas vezes, nem precisamos falar. 

Apenas sabemos.

Me abraça sem precisar me tocar.

Me ilumina, mesmo com uma conversa leve e amena.

É aquele tipo de amiga que, depois que se vai, me faz pensar em suas palavras o dia inteiro. 

Normalmente, são conversas rápidas, mas que dizem tanto, tanto...

E ao final desse dia em que nossas almas se falaram, sempre me dou conta que aprendi algo muito, muito especial sobre a vida, sobre as pessoas, sobre a humanidade. 

E por falar em humanidade – confesso que às vezes questiono a sua humanidade.

Tenho impressão que ela não pertence à nossa ácida realidade.

É doce – mas doce na medida certa!